Final entre os anfitrões, arquibancadas cheias

Pois bem. Vieram de todo canto do mundo, estes meninos de até 17 anos. Sisudos, alguns - concentrados, todos. Franziam a testa quando diziam que estavam, sim, acostumados com a pressão. "Quem quer ser um jogador profissional, tem que saber lidar com as vaias da torcida", disse Rob Gudden, organizador de torneios de base na Holanda.

 

Afirmaram, por aí, que os times europeus eram mais fortes - e afirmaram categoricamente. Eles próprios o fizeram quando revelavam a sua confiança em ser campeões internacionais, em terras mineiras. Mas, o que se viu no Future Champions foi, no máximo, alguns meninos maiores tentando entender o jeito brasileiro de jogar.

 

Talvez, seja porque a habilidade técnica dos brasileiros foi superior ao poder físico europeu, ou simplesmente porque aos 15, 16 ou 17 anos, um jogador – por mais que sonhe em ser profissional – ainda não consegue demosntrar todo o seu futebol diante de uma torcida apaixonada.

 

Nas partidas de Cruzeiro ou Galo, as arquibancadas ficaram cheias. Muito barulho, hino entoado, gritos de incentivo e gol da casa, em todas - com exceção do segundo jogo da Raposa, que experimentou um empate contra os africanos do Mamelodi Sundowns.

 

Nem a camisa pesada do Barcelona, nem os gigantes ingleses, nem a tradição do Peñarol. Os brasileiros Corinthians e Vasco também escorregaram diante das equipes da casa. Em um torneio em que a arbitragem não foi polêmica, resta concluir que todos eles esbarraram na confiança dos mineiros, apoiados pelos torcedores.

 

Na final, Atlético Mineiro e Cruzeiro se enfrentam, com torcidas divididas e igualmente barulhentas. Cabe aos garotos o espetáculo dentro do campo do UniBH. Aos torcedores, cabe continuar fazendo a diferença fora dos gramados. Afinal, se não levam o campeonato para casa, os estrangeiros, que ao menos levem na bagagem a lembrança da festa das torcidas. Pois não há ninguém no mundo que se compare aos brasileiros quando o tema é fazer festa – ou jogar futebol.